Marinha , 1951
Óleo s/ cartão s/ placa Ass. Inf. esquerdo Obra registrada no livro do artista "Pancetti o pintor marinheiro" ,número 280 da parte de Paisagens, na página 206. Pancetti morou na Bahia em Itapuã e em uma pensão na Ladeira da Barra, essa obra é a vista do quarto dele que dava para a Bahia de Todos os Santos. As marinhas são a face mais conhecida de sua produção, nelas se refletem a experiência de marinheiro e o amor pelos diversos recantos do litoral: Itanhaém, Mangaratiba, Cabo Frio e Arraial do Cabo, Bahia, onde chega a fixar residência. Nesse local, sua obra se modifica, a paleta adquire cores quentes e fortes. Suas marinhas tornam-se plenas de luz. Tudo se inicia quando Pancetti se a lista na marinha em 1922, la, viaja ao mundo como marinheiro e se sente satisfeito com a carreira que abraçara. A bordo executa serviços de pintura. Como pintor da Companhia de Praticantes Especialistas de Convês, chega a ter seu nome ligado a uma tonalidade de verde que costumava usar na pintura de cascos e paredes de navio, o “ verde pancetti”. Pouco depois realizava suas primeiras paisagens, ( aprox. 1925), sendo fio condutor do passo que iria definir sua vida como pintor. “ Certa vez, não sei como tive vontade de pintar aquilo que meus olhos viram na louca carreira do mar…” Desde então suas horas livres eram dedicadas a pintura, as vezes em caixas de fósforos ou pequenos cartões, por vezes trocados por cigarros ou presenteados a amigos que sempre o estimularam. Após boa repercussão de um desenho ser publicado em A Noite, (1932) o escultor Paulo Mazzuchelli o aconselha a integrar o Núcleo Bernadelli, ateliê livre que funcionava nos porões da Escola Nacional de Belas Artes Integrado (1933), onde passa a receber conselhos de pintores como Edson Motta, Rescala, Malagoli Bustamante Sá, Martinho de Haro, Joaquim Tenreiro, Milton Dacosta, Takaoka, Sigaud, Bruno Lechowsky, entre outros. Em 1935 teve sua primeira obra vendida. Ao longo se sua carreira, ganhou muitas medalhas e prêmios de viagem, exposições em importantes instituições, como MAM, participação na I Bienal de SP, sendo reconhecido como um dos mais notáveis artistas do modernismo brasileiro. ... “ Pancetti irá permanecer por toda sua vida, fiel, a uma linguagem mais clássica, limitado pela referência a natureza que não busca reinventar, mas retratar.... Pancetti é um grande solitário da pintura brasileira, romântico e expressionista, preso indelevelmente a referência natural, mas ainda assim evocando a natureza em esquemas tãp puros, tão despojados, que quase tocam a abstração." Trechos e conteúdo extraidos do livro “ Pancetti, Pintor Marinheiro”