Sem titulo, 1987
Óleo s/ tela Ass. inf. direito e verso “Vamos passar fome, mas não sei fazer outra coisa. Vou pintar até morrer.” ( Manabu Mabe) Esta decisão, Manabu Mabe comunicou à sua mulher, Yoshino, logo após a realização de sua primeira individual, na cidade de Lins, Estado de São Paulo, em 1951. Mabe chegou ao Brasil com 10 anos de idade, acompanhado do pai, da mãe e de mais sete irmãos, fixando-se todos na cidade de Lins, como colonos, trabalhando na lavoura do café. Assim que pode, a família mudou-se para o Jabaquara, bairro ao sul de São Paulo, que, com Vila Mariana, Paraíso e Liberdade, abrigava a colônia japonesa na capital paulista. No início de sua trajetória no campo da abstração, Manabu Mabe explora em suas obras o empastamento, a textura e o traço e se revela um colorista de porte. Ao voltar-se para o universo das formas caligráficas, percebe também as possibilidades de criar uma linguagem lírica com a cor. Dessa forma, em meados da década de 1960, começa a aproximar-se também de certos aspectos do tachismo. A partir da década de 1970, cristalizou seus procedimentos anteriores - que reapareceram estilizadamente em quase toda sua produção -, incorporou em seus quadros figuras humanas e formas de animais, apenas insinuadas ou sugeridas, mas que em geral são representadas em grandes dimensões. Paralelamente, as grandes massas transparentes e etéreas com que vinha trabalhando adquirem um aspecto de solidez. Em 1956, participou da Bienal de Arte do Japão e, em 1959, obtém o prêmio de melhor pintor nacional da quinta Bienal de São Paulo e o de destaque internacional na Bienal de Paris.